segunda-feira, 2 de julho de 2012

A ARTE ROMANA

A fundação de Roma está cercada de lendas e mitos. Tradicionalmente considera-se que ela se deu em 753 a. C. Sabe-se, porém, que a formação cultural do povo romano sofreu forte influencia de gregos e etruscos, que ocupavam diferentes regiões da Itália entre os séculos XII e VI a. C.
Os romanos receberam dos etruscos a ideia de que a arte deve expressar a realidade vivida. Dos gregos, herdaram a visão de que a arte deve expressar um ideal de beleza.

A escultura
A escultura é uma forma interessante de observar a influência de etruscos e gregos. Realistas e práticos como os etruscos, os romanos produziram na escultura figuras muito próximas da pessoa retratada. Como os gregos, procuraram também manifestar em suas obras uma beleza humana ideal.
A preocupação dos escultores romanos em representar figuras de fácil identificação é notada também nos relevos de monumentos comemorativos (fig. 01).

Detalhe em relevo da Coluna de Trajano (fig.01)

Coluna de Trajano (fig.1)

A arquitetura
O arco foi importante recurso de arquitetura de que os romanos conheceram com os etruscos e empregaram em muitas de suas obras (reveja a figura 02,) na página seguinte. Antes de sua invenção, zero espaço entre colunas era limitado pelo tamanho da arquitrave, pois, quanto maior ela é, maior a tensão que recebe. Além disso, a pedra não suporta grandes tensões. Por isso os templos gregos eram repletos de colunas, o que reduzia o espaço de circulação.

Passagem sob arco etrusco em Voltera, Itália. (fig.02)

O arco permitiu ampliar o vão entre as colunas, pois nele as tensões têm distribuição mais homogênea. O conhecimento dos romanos sobre o arco e sobre a construção de abóbadas possibilitou-lhes criar amplos espaços internos, livres de colunas. O Panteão é o melhor exemplo dessa diferença da arquitetura romana em relação à grega (fig. 03).

Interior do Panteão. séc. II, Imperador Adriano, Roma (fig.03)

A concepção arquitetônica do teatro
Com o emprego de arcos e abóbadas, os romanos construíram amplos edifícios, sobretudo anfiteatros, para abrigar muitas pessoas. Os anfiteatros foram importantes também para as lutas dos gladiadores; espetáculo muito popular e que podia ser apreciado de todos os ângulos.
O anfiteatro romano possuía um espaço central em forma de elipse, onde se dava o espetáculo. Em volta dele, ficava o auditório, composto por um grande número de fileiras e assentos, que formavam uma arquibancada. Assim era o Coliseu, o mais belo dos anfiteatros romano (fig. 04).

Coliseu, séc. I, Roma (fig.04)

O aqueduto: uma importante obra pública
A arte e a capacidade de construção dos romanos revelam um povo de grande espírito prático: por toda parte, estabeleceram colônias e construíram casa, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais (exemplo, fig.05).

Aqueduto de Le Pont du Gard, 50 km, séc. I, cidade de Nimes, França (fig. 05)

A pintura
A maior parte das pinturas romanas hoje conhecidas provém das cidades de Pompéia e Herculano, soterrados pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. As pintura de Pompéia – cujas ruínas foram descobertas no século XVIII – fazem parte da decoração das paredes internas dos edifícios. Inicialmente decoravam-se as paredes com uma camada de gesso pintado para dar impressão de placas de mármore. Mais tarde, alguns pintores perceberam que era possível passar a ilusão de um bloco saliente de mármore apenas pela pintura, sem necessidade do gesso. Essa descoberta conduziu a outra: se era possível sugerir saliência, podia-se também sugerir profundidade. Começou-se, então, a pintar painéis que davam a ideia de janelas abertas por onde se viam paisagens com pessoas e animais. Outras vezes, pintavam-se barrados com figuras de pessoas formando uma grande pintura mural (fig.06).

Afresco Vila dos Mistérios (50 a.C.), em Popéia. (fig.06)

Os artistas romanos dedicaram-se também à arte do mosaico em mármore. Foram encontrados mosaicos em muitas cidades romanas, mais os de maior valor artístico são os que decoravam os edifícios de Pompéia.
Os pintores romanos misturaram realismo e imaginação, e suas obras ocuparam grandes espaços nas construções, complementando ricamente a arquitetura, como no famoso mosaico de Alexandre (fig. 07).

Mosaico de Alexandre (chão da Casa do Fauno, em Pompéia), séc. I (fig. 07)

Bibliografia (texto): PROENÇA, Graça. História da arte. Ed. Ática, São Paulo, 2008.

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