segunda-feira, 2 de julho de 2012

A ARTE NA GRÉCIA

Por volta do século X a. C., os habitantes da Grécia continental e das ilhas do mar Egeu formavam pequenas comunidades, distantes umas das outras, e falavam diversos dialetos.
Nessa época, as comunidades eram muito pobres, mas aos poucos foram enriquecendo e se transformaram em cidades-estado. Com o aumento do comércio, essas cidades-estado entraram em contato com as culturas do Egito e do Oriente próximo, cuja arte despertou admiração nos gregos. Assim, embora a princípio os artistas gregos tenham imitado os egípcios, depois passaram a criar sua arquitetura, escultura e pintura, movidas por ideias próprias em relação à vida, à morte e às divindades.

A escultura
Aproximadamente no fim do século VII a. C. os gregos começaram a esculpir em mármore grandes figuras masculinas (fig. 01).

Estátua Grega, segundo padrão kouros (fig.01)

Na Grécia, a arte não tinha função religiosa, como no Egito. Sem submeter-se a regras rígidas, a escultura evoluiu livremente. O escultor grego começou, então, a não se satisfazer mais com a postura rígida e forçada de suas esculturas. Dessa evolução resultaram trabalhos como o da (fig. 02).

Efebo de Critios (fig.02)

Também para superar a aparência de rigidez e imobilidade, o escultor grego procurou representar as figuras em movimento. É o caso do Discóbolo, de Míron (fig. 03).

Discóbolo, de Miron (fig. 03)

A melhor solução para superar a aparência de imobilidade foi encontrada pelo escultor Policleto na escultura Doríforo (Lanceiro) (fig. 04).

Doriforo, de Policleto (fig. 04)

A arquitetura
As construções que se destacam na arquitetura grega são os templos. Hoje em dia, os templos são construídos para reunir, dentro deles, pessoas em cultos religiosos. Entre os gregos, porém, sua finalidade era proteger das chuvas ou do sol excessivo as esculturas de deuses e deusas.
O templo era construído sobre uma base com três degraus: as colunas e as paredes do templo eram erguidas sobre o mais elevado deles. O conjunto formado pelas colunas e pelas estruturas a elas ligadas obedecia a dois modelos: o da ordem Dórica (fig.05) e o da ordem Jônica (fig. 06).

(fig. 05)

(fig. 06)

A cobertura dos templos era construída de telhados altos no centro e inclinada para os lados. Essa posição do telhado, tanto na entrada do templo como no fundo, criava um espaço em forma de triângulo – frontão –, que era ornamentado com esculturas (fig. 07).

Frontão (fig. 07)


A pintura em cerâmica
Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-se uma forma especial de manifestação artística. Os vasos gregos, ou ânforas, são famosos pela beleza da forma e pela harmonia entre desenho, core e espaço utilizado para a ornamentação. Eram usados em rituais religiosos e também para armazenar água, vinho, azeite e outros alimentos. À medida que passaram a apresentar uma forma equilibrada e um trabalho harmonioso de pintura, tornaram-se também objetos de decoração.
As pinturas representavam cenas da mitologia grega e de pessoas em suas atividades diárias. Inicialmente o artista pintava, em negro, a silhueta das figuras. Depois, fazia os detalhes do desenho retirando a tinta preta. O maior pintor de figuras negras (fig.08) foi Exéquias.

Figura negra em positivo (fig. 08)

Por volta de 530 a. C., Eutímedes, discípulo de Exéquias, introduziu uma grande modificação na arte de pintar vasos: inventou o esquema de cores, isto é, deixou as figuras na cor natural do barro cozido e pintou o fundo de negro, dando início à série de figuras vermelhas (fig. 09).

Figura vermelha em negativo (fig. 09)

A escultura no período helenístico
No século IV a. C., Filipe II, rei da Macedônia, dominou a Grécia. Ao morrer, foi sucedido pelo filho, Alexandre Magno, que construiu um gigantesco império: manteve o domínio sobre a Grécia e conquistou a Pérsia e o Egito. Com sua morte, o império dividiu-se em vários reinos nos quais se desenvolveu uma cultura semelhante à grega – daí ser chamada de helenística, de Hélade, como a Grécia era conhecida.
A escultura desse período apresentava características bem diferentes da dos períodos anteriores. Uma delas é a tendência de expressar, sob forma humana, ideias e sentimentos, como paz, amor, liberdade, vitória, etc. Outra é o início do nu feminino (fig. 10), pois nos períodos arcaico e clássico as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.

Afrodite de Cápua, de Lisípo (fig. 10)

Vênus, de Milo. Museu do Louvre (fig. 10)

No início do século III a. C. os escultores já aceitavam a ideia de que suas figuras deveriam expressar movimento e despertar no observador o desejo de andar em torno delas para examiná-las de vários ângulos (fig. 11).

Vitória de Samotrácia, helenístico (fig. 11)

A grande novidade da escultura do período helenístico, entretanto, foi a representação de grupos de pessoas, em vez de apenas uma figura. Todo o conjunto devia dar a impressão de movimento e permitir a observação por todos os ângulos. Assim é o trabalho que você vê na (fig. 12).

O soldado gálata e sua mulher, helenístico (fig. 12)

Bibliografia (texto): PROENÇA, Graça. História da arte. Ed. Ática, São Paulo, 2008.

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